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Paralaxe

bikecheck

Frameset: Cinelli Mash Parallax 2016;
Cockpit: Mesa S-Works SL 130mm, guidão Bontrager Race 40cm, fita de algodão e barend Nitto;
Relação: Pedivela Sugino 75 167.5mm, coroa Aarn 51D, corrente Izumi x Mash, pinha Miche 16D;
Rodas: Aros: H-Plus Son Archetype, raios Sapim CX Ray, nipples Sapim, cubos Mack Superlight, pneu Specialized Turbo S-Works e câmeras de TPU;
Central: Aceoffix Titânio 110mm;
Selim: Selle Italia SLR;
Canote: KCNC Ti Pro Lite Scandium 27.2mm;
Pedais: MKS Urban Plataform, cage Mash e strap MKS x Mash Fit-a.

O ano é 2015. Você já está imerso no universo das bicicletas fixas há algum tempo ou, talvez, esteja apenas começando a explorar esse mundo. De qualquer forma, se passou por esse período, é provável que tenha observado uma transição marcante na cena fixed gear.

A simplicidade mecânica das bicicletas de pista deixou de ser apenas uma escolha funcional para os messengers e passou a influenciar a moda, a cultura urbana e um nicho extremamente conectado.

Os guidões curtos deram lugar aos guidões de MTB de 700~720mm, e as bicicletas, antes quase exclusivamente de aço com direção standard, passaram a ser de alumínio e carbono. Mesmo as que mantiveram o aço como material principal passaram a ostentar ligas mais refinadas e incorporar recursos modernos, como no caso da Vigorelli Steel.

Se você estivesse envolvido nessa cena naquela época, suas influências poderiam incluir os filmes da Mash (2007 e 2015), Macaframa (2008), os vídeos icônicos de Lucas Brunelle, o Red Hook Criterium e incontáveis horas navegando pelo Vimeo pesquisando por “Fixed Gear”.

Receita de bolo

Se alguém perguntasse qual seria sua bicicleta fixa ideal, as respostas seriam variadas. Alguns poderiam descrever uma Cannondale 93 montada com componentes Campagnolo ou Dura-Ace e cockpit Nitto. Outros optariam por um setup neo-vintage, misturando peças de diferentes gerações como, por exemplo, uma Bianchi Pista, componentes Miche e rodas de carbono dos anos 90. Mas uma configuração se destacava como a receita de bolo da época, a chamada “puro sangue” como costumo brincar, um setup que transitava entre uma bicicleta de criterium e uma commutera do dia a dia.

Os ingredientes desse setup icônico:

  • Quadro: Cinelli Mash
  • Pedivela: SRAM Omnium
  • Cubos: Mack ou Phil Wood
  • Aros: H-Plus Son
  • Pneus: Continental Gatorskin
  • Canote, mesa e guidão: Thomson ou Deda
  • Selim: San Marco ou Selle Italia

Assim como um bolo pode ter variações na cobertura, essa configuração permitia diferentes combinações. Algumas variações do setup contam com rodas Arma Wheels, Hed ou Enve, variações de pedivela, cockpit e uma série de outros componentes análogos a receita original.

2015 ‘till infinity

Dessa estética surgiram builds únicos, como a Parallax do Caleb, um registro temporal dessa cultura viva das bicicletas fixas. Convidei o Caleb para compartilhar sua bike aqui no projeto porque, de certa forma, compartilho dessa visão e sei que muitas outras pessoas também podem se conectar com essas referências. Essa bike é uma homenagem às nossas versões de 2015, que continuam vivendo esse conceito até hoje. Se a oportunidade e a conveniência batessem à minha porta, eu não fugiria do clichê e montaria uma bike muito parecida.

background do Caleb

Vale destacar o background do Caleb no BMX, que o diferencia também dentro do universo do Fixed Gear Freestyle. Como muitos, sua primeira fixa foi uma bicicleta simples: um quadro de aço com componentes modestos, comprada com o dinheiro das entregas.

mais que uma bicicleta, um marco na cena

A Parallax do Caleb não é apenas uma bike bem montada, mas um testemunho de como a cultura fixed gear evoluiu ao longo dos anos. Para muitos ciclistas, essa estética e configuração representam mais do que um meio de transporte ou uma simples escolha de peças, é a forma como nos sentimos representados dentro da cena. Bikes como essa contam histórias e mantêm viva a essência de um dos momentos mais autênticos do ciclismo urbano.

nostalgia – saudades de algo; desejo de voltar ao passado

Para finalizar, perguntei ao Caleb qual seria a música de sua vídeo part no filme da Mash e segundo ele seria Weatherman da banda Dead Sara ou Stylo do Gorillaz. Esse é um tema que me traz muita nostalgia e acabei levando mais tempo do que esperava pra sintetizar tudo que queria numa pequena leitura. Para mim, essas linhas tem o som de 93 ‘Til Infinity do Souls Of Mischief.